imagem de Marcelo Dalla.
Oxóssi ganha de Orunmilá a cidade de Queto
Um certo dia , Orunmilá precisava de uma pássaro raro
para fazer um feitiço de Oxum.
Ogum e Oxóssi saíram em busca da ave pela mata adentro,
nada encontrando por dias seguidos.
Uma manhã, porem, restando-lhes apenas um dia para o feitiço,
Oxóssi deparou com a ave e
percebeu que só lhe restava uma única flecha.
Mirou com precisão e a atingiu.
Quando voltou para a aldeia,
Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito do filho,
sua determinação e coragem.
Ofereceu-lhe a cidade de Queto para governar até sua morte,
fazendo dele o orixá da caça e das florestas.
mitologia dos orixás, página 116.
Oxóssi
Oxóssi, rei do Ketu, meu pai e pai mestre Carybé, de Genaro de carvalho e de Camafeu de Oxóssi, é São Jorge matando o dragão. Deus da caça, das úmidas florestas, com o ofá (arco e flecha) abate os javalis, as feras, é o invencível caçador. Rei Oxóssi, Senhor do Ketu, rodeado de animais, usa capanga e chapéu de couro. Carne de porco, eis sua comida preferida. Gosta também de bode e galo, mas não tolera feijão branco. Come ainda axoxô, milho cozido com pedaços de coco.
Dança com ofá e o eruquerê – feito de rabo de boi ou de cavalo. Sua palavra de saudação é Oquê. Existem várias qualidades de Oxóssi: Otim, Inqué, Ibualama. Nos candomblés jejes há um Oxóssi chamado Aguê, sempre metido na mata virgem. Orixá poderoso, encantado do maior respeito, suas festas são de grande beleza e opulência. Uma delas, a randa mãe Menininha, é inesquecível espetáculo. Filha de Oxóssi e Stella, mãe de santo do Axé Opô Afonjá.
trecho retirado do livro bahia de todos-os-santos, página 165 – jorge amado.