se o encontro de saturno em sagitário é trazer luz para que se caminhe e busque horizontes maduros sob pena de cortes necessários nas asas, desejos, sonhos, suspiros para que não se quebre a cara adiante, para fazer de forma ativa, presente e pensada. seu movimento retrógrado pode trazer a necessidade de revisitar necessidades e desapegar de algumas..
saturno retrógrado em sagitário ilumina o assunto mais temido por todos, ou pelo menos por boa parte de forma ferrenha, o desapego, o deixar passar, o deixar ir, o não censurar da necessidade de evolução, que para muitos é maior que a perda material de alguém.
pode estar ligado ao desejo imenso de posse e não desejo de crescimento e escolhas, pode, mas também está ligado ao meu ver ao descumprimento de notas básicas de sobrevivência, afinal: o que acontece se a canoa levar mais peso que o necessário?
estamos sob essa influência detestada pela grande maioria, saturno retrô por sagitário mostrando a duras penas uma realidade também retrógrada, um reencontro amargo com passado e presente desenhando um futuro já vivido antes, mas agora com a velocidade do compartilhamento.
pipocam casos aqui e ali em referência a censuras feitas vez debaixo do pano noutra de forma escancarada sem chance de diálogo. saturno retrógrado em sagitário dá um nó nas leis, dá um nó na geral e implica uma força contrária deixando claro que muita gente não ficará feliz.
passamos por momentos instáveis na política desse país, um retrocesso beirando ditadura pesada. se sagitário é o espaço do zodíaco onde se pode criar corpo para ir além, afinal, o centauro tem a cabeça de um ser pensante e a força de um animal natureza. que força é essa capaz de retroceder na cara dura e não agradar todo mundo?
saturno trabalha com a noção crua da realidade, busca o frio e o cru para abrir espaços apegados para que se transforme, se elimine o que fere para germinar o real.
retrógrado por sagitário vemos muros plantados no passado brotando novamente, se urano em áries trouxe a força inovadora e descontrolada da internet, das barreiras em quedas, das fronteiras fictícias, saturno em sagitário retrô impõe de certa forma o repensar, o retrocesso, e a palavra tão temida, a censura.
estamos vendo uma ascensão nociva dirigir um país continente, país onde a grande maioria não tem acesso a velocidade das redes (correndo o risco de ficar mais ainda distante caso a censura realmente caia sobre a internet, aliás, já há muito site “sumindo”) e mais uma vez o desapego aparece de forma velada entre tantas vertentes desagradáveis de futuro.
o desapego aqui recai sobre a preguiça da cabeça que engole a mídia detentora de toda verdade imprópria que é disseminada, assim, para que ir ao encontro desse saturno em sagitário que clama por alimento para a inteligência? bem simples, ir a esse encontro derruba muros da ignorância e imediatamente fará com que os portadores de cabeças tenham que pensar, que saco né!
claro que fica muito mais fácil sucumbir ao encontro de um planeta retrógrado e limitador, assim não há necessidade de desenvolver força de pensamento, o que para mim cai em contradição de fé, que também cabe em sagitário, afinal acredito eu que a fé se desenvolve no pensamento, vibra na alma.., mas é necessário trabalhar o músculo cinza para mover a fé e a montanha.
num país dito laico, temos o retrocesso da glória se apresentando feito sobrenome para atitudes vergonhosas, quem ajuda também a isso é netuno em peixes, derrubando névoa e necessidade de cumprir missões para salvar algo, viver em função de forças misteriosas para alavancar a salvação, a cura, a muleta..
estamos a beira de mais um grande surto, a beira não, estamos já dentro dessa cova, se por um lado a censura e a glória é o primeiro signo que aponta no horizonte, temos nessa oposição a força que pede e clama para que se coloque a rua como espaço para deixarmos de lado essa névoa.
plutão também retrógrado por caprica indica nesse momento que territórios necessitam de terra revirada e germinada. claro que o desejo é poder pisar sempre na mesma terra, dentro da mesma limitação, deixando seguro qualquer movimento. viver assim recai imediatamente ao encontro da prisão, afinal, quem disse mesmo que só o seguro e já conhecido é o que vale?
ir ao encontro de tantas forças contrárias hoje não é como encontrar amigos e sorrir entre copos gelados de cerveja com colarinhos perfeitos, é ir ao encontro do incomodo, transformar, transmutar, morrer e renascer não é e está bem longe das tarefas mais delícias da vida. mas vale mesmo perder por medo de mudar e transmutar?
trago nesse texto planetas geracionais, afinal não existe ignorar gerações, pelo menos pra mim e trago também um social ou impessoal, o último visto a olho nu e detentor da regra que nada além dele existe. mas estamos em 2016 já e não cabe mais pensar só até ali (sei que serei dita como maldita por certos pensamentos), mas não consigo ficar parada numa máquina que esmaga sem projetar pensamentos.
estamos em momento político e de vida que a grande chave é observar o que já aconteceu antes para evitar as mesmas dolorosas cicatrizes. se você realmente acredita que isso tudo é bobagem, tudo bem também, você, por favor, não tem a menor necessidade de pensar como eu, mas não é estranho tudo ser sempre tão igual ao ponto de vermos por exemplo governos caírem para termos alto índice de privatização?!
não é estranho vermos por exemplo a cultura ser esmagada feito espinha podre para deixar todo mundo trancafiado frente uma tv que dissemina a atrofia mental? pensando só na cultura, não vou, prometo, falar de saúde, educação, saneamento básico hoje. mas e aí, cultura não é o espaço onde se pode criar e quebrar paradigmas?
estamos sem cultura e governados por um regime que como muitos brasileiros e estrangeiros desconheço como forma legítima de representação, coisa que já vimos antes acontecer, nos anos 70 vimos a cultura ser esmagada o que gerou força contrária e se rompeu muita coisa por debaixo do pano com a cultura.
o que acho estranho é ter que novamente colocar a arte e toda expressão debaixo de um pano novamente, como se fossem um bando de drogados malucos promovendo badernas, mas falar misericórdia e crescer o cordão da missão é válido. pra quem?!
é cultural nos apegarmos em forças extras para salvar isso ou aquilo, mas o que deveria mesmo ser força de cultura é mover pelas ruas o fluxo de desapego dos enredos castradores. mas para isso, temos que parar de ter medo do enfrentamento, do medo de alimentar a cabeça e deixar que as sinapses tomem conta.
para isso, é necessário desapegar de muita coisa, inclusive da preguiça e se debruçar sobre a literatura, sobre a história. temos hoje para o um futuro menos cinza os alunos dando um banho de aula de história e vida política, enquanto eles ainda tem que lutar com mães e pais que só vão ao banheiro na hora do “reclame”.
o que me agrada pensar um pouco é que pelo menos eles estão sem medo de movimentar a massa cinza da caixa craniana (que é extremamente passível de expansão), o que me desagrada é ver essas mães e pais com medo da revolução, que num simples toque se constrói, desliga a bosta da tv e conversa com seu filho, ele está repleto da força natureza buscando espaço para se desenvolver.
saturno segue retrô até reencontrar escorpião, dar um nó desagradável no intestino e voltar, estamos com espaço de sobra para nos mexermos, para invadirmos o saber, mas para tanto é necessário desapegar da preguiça mental. eles podem cortar a cultura, mas como antes, temos o dever de deixar ela germinar escondida e quebramos com a cara deles em arte.
ocupem as ruas, quebrem paradigmas, desapegar não deixa o barco afundar.
dia de marte – dança dos planetas.