Pensar em Virgo em tempos de Marte e Saturno pela dança dos planetas para mim se torna um tanto delicado. Esses planetas habitando a morada de Escorpião estão testando os limites de todo mundo sem exceção.
Um corta e o outro delimita, dores, saudades, realidade, novas formas de se lidar, ressentimentos, cuidados, limites, desapego.. e tantos outros adjetivos que podem compor essa dança está tirando as bases sólidas (ou as que pareciam sólidas) dos pés. O pisar que até ontem parecia certo entre caminhos que podem ter sido desenhados desde a infância, estão sendo retorcidos e reconstruídos com requintes de banhos de realidade.
E é ai que a lunação em Virgo que aconteceu ontem às 11H12 da manhã entra com força ajudando a limpar as feridas e dando força para seguir dentro das novas diretrizes nem sempre fáceis de se trabalhar, mas necessárias para que ninguém fique parado no tempo vibrando instantes que já passaram, que não há mais espaço para voltarem, mas que mesmo assim, ainda há quem tente nortear uma sinuosidade aqui ou ali para ficar no que não existe mais.
Com Virgo sobre nossos poros, é atentar para que o dentro mude, as entranhas mesmo. Não é possível ainda pairar no risco do disco antigo imaginando que essa ou aquela pessoa (que também está sentindo toda essa força dos acontecimentos celestes) seja como você espera, ansiava ou até mesmo conheceu um dia.
Seja de forma agradável ou não, as mudanças são necessárias e tirar o véu dos olhos faz parte dessa desintoxicação. Com Marte e Saturno em Escorpião é nas profundezas que os toques frios do fio do corte acontece, é exatamente onde se imaginava a cura que ele está agindo, por mais dolorido que seja, sempre é de forma positiva.
Virgo quando chega e se alia com a lunação pede limpeza, abertura de espaço, desintoxicação da alma e dor corpo físico e mental. Marte e Saturno, nada delicados mas extremamente realistas ajudam de forma incisiva a dar cabo de tudo que não pode mais pairar no véu do imaginário.
O tempo agora é de arregaçar as mangas da derme e encarar olho no olho a si, parar de imaginar que o outro, a massa, o externo irá mudar e assim o seu fluxo receberá a notícia da boa nova, não! É necessário abstrair o desejo que tudo se resolva e começar a trabalhar de verdade no que se acredita e cuidar do seu interno, buscar novas formas de interação sem ficar sentado esperando que outro chegue com a boa nova.
Ficar parado no saturado é não dar chance para o novo, é pairar no romantismo platônico que na volta do mundo tudo se resolveu. Enquanto não se perceber que é do micro para o macro, o mundo pode girar na mais bela valsa que for, a dança interna continuará tensa pois não haverá interação e a percepção será o desencaixe.
A vida está ai para ser vivida e não reclamada, há grande chance que se dá é de se reencontrar e vibrar pelas mudanças acontecidas, ai sim se encontra vida saudável e não estagnada, morta e sem vibração. Esperar ainda encontrar o belo que um dia constituiu de forma X ou Y a vida é assinar o atestado de que a própria vida ainda está parada e sem pulsação.
dia de Marte – hora de Vênus.