DaehyunKim

começo pensando o quanto esse eclipse tumultuou a vida. nada mais justo que começar pelo próprio relato e dizer que abalou geral, sentir noites que os olhos não fechavam, a mente trabalhava de forma intensa e um eclipse por chegar na manhã do dia 18.

houve transmutações de todo gênero, houve dor de cabeça transformada em latência uterina, houve a necessidade de dedicar tempo ritmados aos limites, houve a embriaguez do corpo que não desejou um eclipse penumbral – onde a lua passou levemente pela faixa de sombra.

pois bem, esse eclipse aconteceu no eixo 01-07, as casas envolvidas: a face, o vigor físico, as parcerias, o outro, o eu como inimigo, o outro como inimigo.. as necessidades de entrar em harmonia ou desarmonizar de vez encontros necessários de forma intensa ou já prestes a desmantelar feito água pelo ralo.

o sol estava em leão e a lua seguindo por aquário. o sol domiciliado, potente e elétrico com urano retrógrado em trígono – ao prestar tempo ao redor e em si, notou-se leoninos e assuntos do próprio mapa onde há leão se comportando de forma elétrica, ansiosa, tensa, esperando a mudança vinda sei lá de onde, do próprio ser, daquele que se reflete no espelho mesmo que não queiramos ver..

a lua em aquário, seus regentes: um tradicional passando com seu tempo por sagitário, imprimindo a necessidade de alongar tendões, dobradiças do corpo, de delimitar horizontes estrangeiros para que os próprios não se percam entre tantas demandas alheias podendo assim, cuidar das próprias.. enquanto o regente contemporâneo urano retrógrado, tocava o sol, mas eletrizava também aquário pedindo revisões, reconceitos, reestares (pode ser?)..

esse eclipse com cara de limites e expansões que vibrará seus acontecimentos por um bom tempo carrega em si o tom da lunação leonina, sim, pedindo um reolhar para si, para o ego, para a coluna, para o eixo que indica onde e como devemos estar para conquistar mais espaço sem estragar a face entregue, assim, agora com esse eclipse não há espaço para estranhar o desejo de delimitar o que compõem ou não consigo.

mas é claro, é um eclipse aquariano, novos grupos, novos projetos, novos desejos que seguem a dança no contratempo do exagero, que pede movimentos fluidos nas conquistas de territórios, no instante de tomar de volta a vida perdida entre a incerteza de concluir ou não tal ação. também cabe a esse eclipse o imprevisto, a vibração na contra mão da certeza, da dissolução de instantes que pareciam concretos, dos atrasos temidos sem aviso prévio, mas sentido em algum ponto do corpo.

saturno segue por sagitário munido da lâmina que corta, aquário também sente assim, a necessidade do fim de coisas, de parar de carregar o mundo, do desapegar para seguir inteiro, integro de si no que compreende seus impulsos. saturno aponta que não há mais como fingir que o mundo é leve e sim, denso e pronto para sobrecarregar o munido do “dom”.

indica a necessidade do braço esticado e palma aberta, se para ter um milhão de amigos o preço é um milhão de bicos de papagaio que sigamos com poucos, mas com massa vibrante de infinitos milhões em composições reais. chega o ponto que se compreende que para seguir é necessário tirar o controle da face de tudo e se prestar ao encontro do contorno de si, evitando trocas e abusos.

esse eclipse carregam também o fluxo da descoberta de si, dos sentimentos que estavam de alguma forma mascarada para evitar contato e agora, exposto para ser trabalhado e transmutado, pode ser pela ação do tempo, pode ser pela força elétrica, pode ser de forma respirada, só não cabe se abandonar para sustentar o alheio, só não cabe fugir de si pois saturno e marte tensos com netuno peixes embriagam para causar terremos ou tsunamis internos na ressaca..

saturno regente de aquário segue em conjunção com marte, segue indicando tempo, limite, contorno, morte, troca, desapego para o eclipse, para caprica, para todo mundo já que em algum canto do mapa está aquário, claro que os nativos, ascendentes e lua aquarianos sentem mais, aos que tem planetas em aquário também, ou eu não passaria tantas noites acordada com um eclipse em minha casa 10.

seja como for, o tempo descompassou, tomou forma e contorno próprio, rebelde com causas próprias, com desejos de ser íntegro consigo, de parar de agradar e começar a desagradar para descobrir composições sinceras.

hoje a lua segue por peixes, lá do mundo das inspirações, das sensações extracorpóreas, das intuições e ilusões. segue dando alimento criativo ao eclipse aquariano para que não se perca o desejo de dar corpo e contorno a si e aos desejos, projetos, ações, limites. segue com pés andando na água e a alma ainda elétrica em busca do necessário para um vida plena em potência e leveza, não desejando mais ser arrimo de curva de rio.

dia de vênus – dança dos planetas.