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aos que dançam comigo, seja de forma regular, fluida, sistemática, em observação, em desgosto ou mesmo sem entender nada do que eu escrevo, minimamente já deve ter sacado que tenho um afeto com urano, com esse planeta que dança em ritmo próprio, perpendicular – e aqui, deixando um pouco o real significado do angulo reto e pensando na transitoriedade singular, com as outras danças dos outros planetas.

estamos por dias onde o sol se encontra em conjunção com urano, onde ele recebe nesse encontro desde intensas rajadas elétricas ao fortalecimento de desejos de romper, mudar, tomar novas inciativas e, também imprime forte fluxo causando nas ansiedades, dando picos profundos e sem aviso prévio de que algo transtorna dentro.

esse transtornar não necessariamente precisa ser ruim, aliás, ele o será como cada um sempre reage aos desarranjos que se apresentam na vida em forma de contratempo. onde há espaço para minimamente observar o entorno abre-se o tom para mesmo com os nervos trêmulos seguir, para bem onde quiser na real..

passei uma boa temporada falando das oposições que libra vez ou outra encontrava com urano em áries,  do quanto se poderia aproveitar esses momentos para movimentar algo, nem que fosse abrir espaço na balança, descer um tanto do muro diplomático, tomar corpo e ter inciativas. momentos densos para mudar e amadurecer.

nesse encontro do sol com urano, júpiter em libra continua sentindo a forte necessidade de ser quem ele deseja ser, seja como for, e claro, segue a necessidade de não buscar os panos quentes sempre, o tema ainda é criar corpo inteiro e potente de escolhas e ações.

mas quero ficar só com sol e urano e questionar como esse encontro pode mexer com o eu de cada um. não há grandes tratados para tanto, participo de exemplos em consultas e coisas que leio, escuto, observo, vivo..

acredito que há espaço para surtos, até porque com as políticas que andam nos cercando e o adoecimento que chega a galope, não há como evitar surtos – há sim, podemos ser alienados de nós mesmo, claro. acredito também que esses surtos dependendo de onde eles ressoam em nosso corpo, em nosso eu carregam potencias suficientes para nos colocarmos em ação.

e é aqui que entra o mais forte dos encontros: como você lida com mudanças, movimentos, rupturas, desvios quaisquer, limites, ciclos?

esse encontro entre sol e urano nos implica em nos olharmos, em nos sentirmos, em nos eletrocutarmos para que desse curto consigamos dar um novo passo, transitar em novas territorialidades com a coragem de quem segue com o desejo do não conformismo ou que tudo sempre se apresenta munido da sensação do medo.

um momento singular para conseguirmos cortar pela cabeça ou pela raiz o que não deve mais nos acompanhar, mesmo que seja uma sensação, uma paralisação, um anseio de que mudar ou seguir é propriamente morrer. o é, mas não é o fim, saber que se carregará sempre a marca impressa em algum canto do corpo de onde se veio, do que se compôs ou se decompôs de nós para estar nesse aqui e agora.

aproveitar esse encontro é não deixar de sentir a natureza pulsante que convida as apropriações de si, mesmo que isso gere estranheza alheia ou rompimentos por isso, mesmo porque, quando damos um passo e mudamos mesmo que micromilímetros dentro, não necessariamente todo mundo nos acompanhará. quem o elo estivesse nessa micro morte sofrida dentro também ficará para esse outro tempo caso não esteja em mudança também.

falar em desapegos, amadurecimentos, novas terras sempre causará com o estômago, alma, labirinto, sempre tocará em medos de aceitação própria ou do outro e o lidar com as consequências de que nem todo mundo está aberto a essas mudanças.

assim, onde houver desejo e coragem extra, se lance, tá bom pra isso, o corpo que ressoa esse desejo está pedindo esse deslocamento. mas não espere que todo mundo compreenda ou aceite e a diferença é aqui que acontece, compreender que não existe a eternidade em todas as relações.

dança dos planetas e seus humores – dia de júpiter com a lua entre as dobras de escorpião